Concebida em prantos de alegria.
Batizada pela aurora da manhã que lhe nomeia.
Desabrochar de primavera, tão bela flor.
Quem deixou, hein?
Quem deixou você roubar parte da beleza desse mundo?
Quem deixou você roubar tantos corações?
Enorme pedaço do meu, inclusive!
Tão mais que prima.
Mais que amiga.
De fato, irmã.
Se consumam hoje duas décadas de olhos verdes de brilho meigo.
Lábios de rosa sem par.
Fios louros, exalando o sol que consigo carrega.
Duas décadas de Aurora.
domingo, 23 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Carta.
Centenas de quilômetros distante de você, 20 de setembro de 2012.
Queria falar-lhe pessoalmente tantas coisas...
Mas já que é, infelizmente, inviável, venho através desta,
dizer algumas – outras eu guardo pra quando nos vermos mesmo. – Tranquila e informalmente.
Por que não, né?
Então tá.
Minha cabeça borbulha agora de forma tal, que eu nem sei por
onde começar.
Sabe, uma amiga minha contou sobre o quão bom é escrever
cartas em momentos como esse.
Realmente.
Eu curto sentir o papel e colecioná-lo selado, carimbado,
rasurado.
Entretanto, agora quero rapidez. Pra não mais sofrer dessa
agonia.
Digitar e depois mandar um link é mais simples.
Fá-lo-ei,
então, por mais que não seja tão bonito.
Todavia, física ou não, uma carta é sempre uma carta.
Melhor dizendo: geralmente cartas são pra se guardar.
Cartas não expiram.
Cartas não perecem.
Saiba, portanto, que esta será válida em qualquer momento e
circunstância em que estejamos.
Qualquer momento e circunstância.
Ontem eu andei.
Andei pra cacete.
Andei por lugares por onde passamos. Meio perdidos.
Ouvi tanto "assim você mata o papai", "ai se eu te pego",
entre outros, que até senti nojo.
Senti, sobretudo, ainda mais a sua falta.
Recebi inúmeros convites pra uma breja.
Passei reto.
Quieta.
Sempre pensando "Não, amigo. Queria isso ao lado de outra
pessoa. À qual conheço muito bem, ao contrário de você."
Aliás, eu pensei.
E como pensei, hein?
Sentei só. E pensei.
Observei também.
Tanta gente passando e como seria legal um texto sobre isso.
Sobre como os seres humanos, são...
...Esquisitos.
Sobre como eu os adoro e os odeio.
Eu sempre acho que dá pra escrever sobre milhões de coisas
que vivo, penso, observo.
E acabo não o fazendo.
Então, agora que o faço, deixemos de lado a minha
personalidade às vezes tão paradoxal e complexa.
(Pen)sei que te conheço a ponto de saber que o seu silêncio
é um sinal da quantidade de coisas que você tem a dizer.
Pela segunda vez.
Por favor:
Diga!
Não tenha medo. Não se prive. Não ache que vai fazer algo
errado.
Apenas diga o que te incomoda.
Porque eu sei que tem alguma coisa.
E presumo saber, inclusive, do que se trata.
Se assim, de fato, for, eu hei de concordar com você.
Porque tenho consciência do quanto deprime o sarcasmo da distância e do tempo de agora.
Tenho consciência porque vivo.
Parece que a vida tá tirando com a nossa cara, de vez em
quando, não é?
E é mesmo.
Mas, porra meu, tudo fica mais fácil se dermos um jeitinho
de passar por cima das dificuldades.
Se conversarmos. Se nos entendermos. – Alivia, não?
Lembrando-nos do quanto somos amigos e do
que vivemos antes do agora.
Por isso não precisa ter medo de dizer.
Mesmo que saiba que vai me magoar, acredite: não magoa mais do
que um silêncio agoniante.
Prefiro infindavelmente sofrer com o que foi dito, a não
conseguir sorrir e pensar em outra coisa, diante do que não foi.
Aliás, sofrer é perfeitamente normal, cara.
Que egoísmo é esse, onde sofrem por mim, mas eu nunca sofro
por ninguém?
Não tá certo isso não.
O sofrimento faz parte do nosso desenvolvimento
psicofisiológico.
Faz parte da vida.
E a vida tira uma com a nossa cara, de vez em quando, não é?
Você já sabe, mas não tem problema repetir:
Não faço parte do convencional.
Apesar de extrema e incrivelmente sentimental, eu sou
tranquila.
Sou paciente.
Eu espero.
Eu compreendo.
E se precisar de alguém pra te compreender, em qualquer que
seja o caso, eu to aqui.
Se precisar de alguém pra criticar construtivamente, eu to
aqui também.
Se precisar de alguém pra mandar o mundo se foder, idem. Porque
isso é gostoso, às vezes. Principalmente se for com/por alguém.
Sempre te quis tão bem...
Ainda mais quando abstraí toda a vergonha que sentia.
Desde aquela vez, lembra? Em que desabei bêbada na sua cama.
Depois de capotar completamente alcoolizado na cama de um
amigo, na primeira vez em que vai à casa dele, não há mais motivos pra ter
vergonha, enfim.
Sei lá.
Eu podia ficar aqui por tanto tempo, escrevendo sobre tanta
coisa...
Mas o mais importante é você se lembrar de que no sufoco ou
no sossego, eu te mostro alguém a fim de te acompanhar.
Sempre.
P.S: Me desculpa.
P.S2: Tá. Não sei o porquê das desculpas. Mas como essa carta
não tem data de validade, ficam elas aí, caso seja preciso – apesar d’eu
esperar que não!
P.S3: To com saudade.
P.S4: A obviedade desse 'P.S3' torna-o completamente
dispensável. Mas, ah, é sempre bom saber que tem alguém sentindo a nossa falta.
P.S5: Nhac.
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