sábado, 16 de abril de 2011

Quanto riso, ah, quanta alegria.

O calor da lareira adentrando as cobertas num sussurro macio. O suor docemente escorrendo por entre os dedos; o piscar de cílios diante dos lábios rosados, dilatados, envolvidos pela sutileza arrebatadora de meias palavras muito bem ditas. Os braços envoltos no acelerado bater do coração. Os olhares congelantes, os beijos abruptamente lançados com carinho sobre a carne, que pulsa, sentindo-se mais humana. Corpos que se encontram, se encaixam no ritmo carinhosamente bruto de duas almas cheias de mãos indo na direção que, mais tarde, descobre-se – o coração. Bem no alvo. Em cheio. Cheio de dúvidas e de certezas... A sensibilidade que se demonstra, mesmo que essa não seja exatamente a intenção. Dias que pularam sobre nossas cabeças, se arrastaram por debaixo de nossos pés, escorregaram suados por entre os nossos dedos. Frestas abertas, reencontro marcado, o assobio da dúvida – mas a certeza de que tudo está muito bem guardado. Em nossas mentes, as lembranças pregadas como as mais lindas estrelas no céu noturno de Carnaval. Os detalhes sórdidos ficam cá, entre nós. O retrato dependurado em minha cabeceira – memórias de dias infinitos que voam numa brisa chamada adeus.